Você já sentiu "borboletas" no estômago ao encontrar a pessoa amada? Ou uma diarreia nervosa um dia antes de uma apresentação de trabalho ou entrega de um projeto? Se você já passou por alguma dessas situações, então, já vivenciou o que seria a ligação do seu cérebro com o seu trato digestivo. Usamos essas expressões no nosso dia-a-dia por um motivo.
O trato gastrointestinal, nosso segundo cérebro, é sensível às nossas emoções. Raiva, ansiedade, tristeza, incertezas, medo… Todos esses sentimentos e outros, podem desencadear sintomas no intestino. Isso ocorre porque acionamos o sistema nervoso simpático. E neurotransmissores e hormônios do estresse entram em ação.
Com isso, temos uma baixa de função, tanto do sistema imune quanto do trato digestivo, pois seu corpo está se preparando para uma luta, e entende que outros sistemas do seu corpo devem economizar.
Com menos energia para seu sistema digestivo, tudo funciona mais devagar, menos ácido no seu estômago, menos enzimas digestivas e seu processo de digestão fica parcial, prejudicado, levando a sintomas como azia, queimação, empachamento, gases e dores abdominais, podendo apresentar também diarreia ou intestino preso.
O cérebro tem um efeito direto sobre o estômago e os intestinos. Por exemplo, o próprio pensamento de comer pode liberar os sucos do estômago antes que a comida chegue lá. Esta conexão vai nos dois sentidos. Um intestino com problemas pode enviar sinais inflamatórios para o cérebro, assim como um cérebro com problemas pode enviar os mesmos sinais para o intestino.
Mais de 30 neurotransmissores são produzidos no nosso intestino saudável, como por exemplo serotonina e dopamina. Portanto, o desconforto estomacal ou intestinal de uma pessoa pode ser causa ou produto de ansiedade, estresse ou depressão. Isso porque o cérebro e o sistema gastrointestinal (GI) estão intimamente conectados.
Isso é especialmente verdadeiro nos casos em que uma pessoa apresenta desconforto gastrointestinal sem causa física óbvia, como na síndrome do intestino irritável.
Para tais distúrbios gastrointestinais funcionais, é difícil tentar curar um intestino aflito sem considerar o papel do estresse e da emoção.